Sobre dois tipos de dores
“Na escala das criaturas, só o homem pode inspirar um nojo constante” (E.M.Cioran)
As pequenas dores que sentimos na carne, como nos atormentam! Vivemos a reclamar dessas dores com todos aqueles que encontramos pela frente, faça chuva ou faça sol.
Reclamamos tanto que chega até parecer que somos os únicos sofredores autênticos do planeta, e a ninguém mais é dada esta “Benção” divina ou infernal.
Mas essas dores são passageiras, senhoras e senhores dolorosos. Basta um ou dois comprimidinhos, uma ou duas aspirinas, algumas gotinhas milagrosas de um tônico qualquer e o mundo deixa de ser um peso, e a vida perde aquele gosto amargo que tanto a torna insuportável, e o sonhar com a navalha dissipa-se com o vento morno da madrugada.
Como vêem, não somos os “Bem-afortunados” que pensamos ser. Junto a nós está uma multidão incontável de doloríveis e queixosos de Platão, que atormentam-se no suicídio.
Mas o que são essas cócegas que insistimos em chamar de dor, perto das grandes atribulações do espírito, daquela ferida infinda na alma que torna os dias pesados como chumbo e faz com que qualquer luz se transforme em algo oprimente e torturante?
Nada vezes nada.
Quantos de vocês, das dores simples, já olharam para a vida e chegaram à conclusão de que tudo é vão?
Quantos de vocês têm a consciência da agonia do mundo? Quantos de vocês conhecem realmente esta morada onde sufocamos? A dor que acreditam ser imensa lhes de fazer uso da metafísica. A “Dor” que sentem está muito próxima das farmácias. É uma dor de fanfarrões.
Mas há nas farmácias algo específico contra a dor vazia da existência?
A . D. Gluzezak
“Na escala das criaturas, só o homem pode inspirar um nojo constante” (E.M.Cioran)
As pequenas dores que sentimos na carne, como nos atormentam! Vivemos a reclamar dessas dores com todos aqueles que encontramos pela frente, faça chuva ou faça sol.
Reclamamos tanto que chega até parecer que somos os únicos sofredores autênticos do planeta, e a ninguém mais é dada esta “Benção” divina ou infernal.
Mas essas dores são passageiras, senhoras e senhores dolorosos. Basta um ou dois comprimidinhos, uma ou duas aspirinas, algumas gotinhas milagrosas de um tônico qualquer e o mundo deixa de ser um peso, e a vida perde aquele gosto amargo que tanto a torna insuportável, e o sonhar com a navalha dissipa-se com o vento morno da madrugada.
Como vêem, não somos os “Bem-afortunados” que pensamos ser. Junto a nós está uma multidão incontável de doloríveis e queixosos de Platão, que atormentam-se no suicídio.
Mas o que são essas cócegas que insistimos em chamar de dor, perto das grandes atribulações do espírito, daquela ferida infinda na alma que torna os dias pesados como chumbo e faz com que qualquer luz se transforme em algo oprimente e torturante?
Nada vezes nada.
Quantos de vocês, das dores simples, já olharam para a vida e chegaram à conclusão de que tudo é vão?
Quantos de vocês têm a consciência da agonia do mundo? Quantos de vocês conhecem realmente esta morada onde sufocamos? A dor que acreditam ser imensa lhes de fazer uso da metafísica. A “Dor” que sentem está muito próxima das farmácias. É uma dor de fanfarrões.
Mas há nas farmácias algo específico contra a dor vazia da existência?
A . D. Gluzezak
2 comentários:
Meu drugui Diógenes,
conheço apenas um remédio infalível para as dores da existência. Já deves conhece-lo pois sei que também admira o ser do qual uso-me para fazer esta citação. Trata-se do perturbado Rogério Skylab:
"Aqui tem tanta andorinha, cambaxirra, quero-quero,
Rouxinol e juriti ...
Que servem de tiro ao alvo
para espantar o tédio
e o vazio do existir.
Pá, pá, pá ...
Matador de passarinho!
Matador de passarinho!
Abraços novo velho drugui!
Nem a dor da existência é vazia. Penso que seja uma dor transbordante essa de não se saber existindo.
;)
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