terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Hoje já não há perdão

A rotina me sufoca, o cotidiano me desgasta, o dever me oprime. Vou misturar-me a populança e redimir-me. Cantar bêbado, abraçado junto ás putas em vermelho. Esquecer da compreensão. Fugir do que se pretende lúcido e sagrado. Ser grão de soja jogado ao vento. Ser alegria e indiferença. Ser mundano. Esquecimento...
el tango.

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Informações úteis para os desmemoriados de amor

Informação útil: Não adianta negar. Pelo menos alguns dos casos relacionados aqui você conhece. E se não conhece, já ouviu falar.

- Na década de cinqüenta, um grande fabricante de aspiradores de pó tentou introduzir uma pequena melhoria no aparelho. Colocou uma hélice giratória, uma lamina afiada como uma navalha, dentro da extremidade da mangueira de sucção. O que aconteceu foi que muitos homens correram para o hospital com os paus mutilados.

- A velha lenda urbana sobre uma festa surpresa para a linda dona-de-casa, com todos os amigos e familiares escondidos num quarto, e quando eles saíram gritando “feliz aniversário”, encontraram a mulher estendida no sofá com o cachorro lambendo “amendocrem” lambuzado entre as pernas dela...
Bom, tudo isso é real.

- A lendária mulher que paga boquete para o cara que está dirigindo, só que o cara perde o controle e pisa no freio com tanta força que a mulher corta-lhe o troço pela metade... essa eu conheço.
Essa gente é a razão pela qual toda seção de emergência hospitalar tem uma broca com ponta de diamante: é para conseguir furar os fundos espessos das garrafas de champanhe e soda, aliviando a sucção.
São essas pessoas que chegam caminhando com dificuldade de madrugada, dizendo que tropeçaram e caíram em cima da bisnaga, da lâmpada, da Barbie, das bolas de bilhar, ou dos camundongos de estimação.
Ver também: taco de bilhar.
Ver também: bichinhos de estimação.
São pessoas que escorregaram no chuveiro e caíram, acertando em cheio um frasco de xampu escorregadio. Gente que é sempre atacada por uma ou mais pessoas desconhecidas, e vive sendo violentada com velas, tacos de beisebol, ovos cozidos, lanternas e chaves de fendas, coisas que depois precisam ser retiradas. Bem, pelo menos é isso que elas dizem...
Há também aquela da empresária bem sucedida que passou por uma lavagem do estômago onde foi achado meio quilo de esperma.
E aquele que foi encontrado no cinema com o pau entalado no fundo de uma caixa de pipoca tamanho grande. Ele estava assistindo a “Rocky Balboa”. Não me perguntem como ele conseguiu...
Há aquela garota, a namorada do primo do seu melhor amigo, que quase morreu se masturbando com a alavanca de cambio de um Fiat 147.
Há o homem aleijado pela máquina automática de ordenhar vacas.
A garota nua, pendurada na barra da cortina do chuveiro e quase morta de asfixia auto-erótica.
O cara que esfrega o sêmen nas abas dos envelopes de depósitos nos caixas eletrônicos.

Continua...
Coyote Martinez

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

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Tristes lembranças de uma vegetação

Gotejavam teus imensos galhos
Num dia de garoa espessa
Enaltecendo a beleza
Da paisagem em que tu te fazias figurar

Lembra- te do episódio das abelhas
Quando enxamearam tua copa mais alta
E em ti foi abrigado
O melhor mel de toda a mata?

Mais bela ainda te tornavas
Quando em ti a passarada pousava
Ou em ti faziam seus ninhos
A colorir tua imagem de cores e cantos

Bons tempos aqueles
Em que a floresta nos abrigava
Agora já estamos sozinhas
Sobreviventes da ultima queimada

Lastimável é tua estada
Quase seca, sem folhas,
Tua imagem tornou-se fantasmagórica
E hoje, por quase ninguém é notada

As crianças que ao teu redor brincavam alegremente
Tornaram-se indolentes adultos
Tua presença fingem não reconhecer
São resquícios de vida em vultos

Dia após dia te vejo adoecer
Lacrimejam teus galhos
E eu contigo continuo
Insignificante, a sustentar orvalhos


Herman G. Silvani (Niko)