segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

...


Tristes lembranças de uma vegetação

Gotejavam teus imensos galhos
Num dia de garoa espessa
Enaltecendo a beleza
Da paisagem em que tu te fazias figurar

Lembra- te do episódio das abelhas
Quando enxamearam tua copa mais alta
E em ti foi abrigado
O melhor mel de toda a mata?

Mais bela ainda te tornavas
Quando em ti a passarada pousava
Ou em ti faziam seus ninhos
A colorir tua imagem de cores e cantos

Bons tempos aqueles
Em que a floresta nos abrigava
Agora já estamos sozinhas
Sobreviventes da ultima queimada

Lastimável é tua estada
Quase seca, sem folhas,
Tua imagem tornou-se fantasmagórica
E hoje, por quase ninguém é notada

As crianças que ao teu redor brincavam alegremente
Tornaram-se indolentes adultos
Tua presença fingem não reconhecer
São resquícios de vida em vultos

Dia após dia te vejo adoecer
Lacrimejam teus galhos
E eu contigo continuo
Insignificante, a sustentar orvalhos


Herman G. Silvani (Niko)

3 comentários:

Anônimo disse...

Belo poema! Triste e sensível. Lindo!

Anônimo disse...

Nossa! Belo, criativo, PoesiA!

Anônimo disse...

isto é ..strogonoficamente sensível!