Meu amigo Lorenço, ébrio e louco
Num dia cinza de outono
Pôs-se a imitar a chuva
Não sabia ele que não chovia
Pois acreditava na chuva
A chuva que não caía
Meu velho amigo bêbado
Soprava o ar com seu bafo quente
Fétido, úmido e mais velho do que ele
Mas Lorenço não sabia chover
Para ele a chuva cantava
Para ele a chuva passada não havia passado
Até que dormiu e choveu
E o som da chuva
Misturou-se com o da sua respiração
Lorenço finalmente choveu!
Herman G. Silvani (Niko)
Um comentário:
Iluminados poemas caro! Linguagem fluente e ritmos bem feitos. Poesia sempre!
Postar um comentário