Quatro horas da tarde/ O poeta sai de casa com uma aranha nos cabelos./ Em febre. Arde./ E a falta de cigarros faz-lhe os olhos mais velhos.// Segue por esta, por aquela rua/ sem pressa de chegar seja onde for./ Pára. Continua./ E olha a multidão, suavemente, como horror.// Entra no café:/ Abre um livro fantástico, impossível./ Mas não lê./ Trabalha - numa música secreta, inaudível.// (...) Sai de novo para o mundo./ Fechada à chave a humanidade janta./ Livre, vagabundo/ dói-lhe um sorriso nos lábios. Canta.// Sonâmbulo, magnífico/ segue de esquina em esquina com um fantasma ao lado./ (...) Febre alta, violenta/ e dois olhos terríveis, extraordinários, belos./ Fiel, atenta/ a aranha leva-o para a cama arrastado pelos cabelos/
quinta-feira, 3 de abril de 2008
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Um comentário:
belo poema homem...
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