sábado, 28 de junho de 2008

* * *


Chega o frio...

Os dias quentes se foram. Chega o frio.
As manhãs amanhecem geladas.
As tardes, continuam.
A noite cai, fria também.
Todos se recolhem, menos o poeta.
Este sai, bebericando algum trago
Envolto a neblina que cai.
E nós, submetemo-nos ao medo.
Medo de sentir gelar a alma
E de não voltar ao gosto d’antes.
Toleramos o verão para não amarmos o inverno.
Já não estamos nas ruas, sujeitos aos caprichos do tempo.
Vivemos acolhidos e escondidos em casa,
Na proteção do abrigo,
Debaixo d’um teto sem céu sem chuva.
Quietos e conformados. Contentes com tudo.
Pois chega o frio...
Sob tudo, dentro de nós.

Herman G. Silvani (Niko)



Um comentário:

Anônimo disse...

Poesia penetrante, que estrapola a carne e entra na alma. Que esquenta o sangue e como ela mesma mostra, mexe com os medos e covardias humanas.