terça-feira, 3 de junho de 2008

Literatura de bordel

Escrever e tomar vinho já não é mais característica de intelectual. Também barba cumprida e um alfarrábio entre os braços não caracterizam o mestre. Meu amigo foi taxado de louco após ser visto queimando um calhamaço que havia escrito no fim de semana. Perguntavam sem parar porque escrever se depois iria queimar!
Até era legível seus escritos, mas, era um escritor sem leitores.
Poderia certamente, com uma boa divulgação do material, ganhar alguns; mas não o quis: preferia queimar aquele emaranhado de letras em folha branca.

Dia após dia acordava cedo somente para escrever versos e prosas. Nos finais de semana sorria cinicamente ao ver a fumaça subir; parecia que conseguia ler nela toda verborragia que delirara ao longo de sete dias.

Marcio Serpa.



Nenhum comentário: