terça-feira, 20 de novembro de 2007

Claustrophobia

Mal consigo respirar...
Vós desejais alcançar o topo. Sucesso.
Mas este é um espaço mui restrito
Pilhéria do sistema, não há lugar para todos no cume
Poucos em detrimento de muitos. Mesmo
assim quereis...
Ó insaciável demência!

As palavras vestem máscara de anjo & de
demônio para a batalha.
Ferem como farpa pontiaguda. Vence
o mais impetuoso & eficaz com o machete.
Ele pode fazer até a alma de um drugui sangrar
Com a ultraviolência de
uma panthera negra faminta & traiçoeira
Dilacera a carne e os sonhos no jantar

Como o garoto que brinca na rua poeirenta ao pôr-do-sol,
eu só quero ser puro.
Anseio por um ar que dê fôlego a meu
pulmão desajustado & cancerígeno.
Os puros não choram lágrimas quentes de
solidão...

Emiliano del Arge

Um comentário:

Anônimo disse...

Linguagem fluente e livre. Bela poesia com imagens e conteúdo. Parabéns! Aliás, todos os textos tem nível.