sexta-feira, 22 de junho de 2007

Um verso...


Livre para fracassar...

O escritor e seus múltiplos vem vos dizer adeus.
Tentou na palavra o extremo tudo
e esboçou-se santo, prostituto e corifeu.
A infância foi velada:obscura na teia da poesia e da loucura.
A juventude apenas uma lauda de lascivia, de frêmito,
tempo-nada na página.
Depois, transgressor metalescente de percursos
colou-se à compaixão, abismos e a sua própria sombra.
Poupem-no o desperdício de explicar o ato de brincar.
A dádiva de antes (a obra) excedeu-se no lixo.
o desassossego é apenas resíduo de um desencanto.
E hoje, repetindo Bataille:
"Sinto-me livre para fracassar".

Coiote Martinez

2 comentários:

Anônimo disse...

Bons versos que denotam conhecimento. Siga na estrada das palavras. Agradecido.

Anônimo disse...

Nossa, quem é este Coiote Martinez? Acabei de ler um conto dele e busquei por mais. Nunca havia visto um tamanho elogio do fracasso! Citando Bataille então! Por favor, continuem postando textos deste cara. Valeu pelo espaço, parabéns.